Foi preso na manhã da última quarta-feira (17) o vereador da cidade de Itapecuru, Abraão Nunes Martins Neto (PDT). O parlamentar – um ex-policial militar – é acusado pelos crimes de homicídio, extorsão, estelionato, tortura, porte ilegal de arma e organização criminosa.O vereador foi eleito no ano passado com 297 dos votos, ficando na 14º posição, do total de 15 vereadores no município.
Abraão ganhou destaque na imprensa maranhense após ser preso no bojo da Operação Ágil Final desencadeada no dia 03 de dezembro que apurou tentativa de extorsão contra o então prefeito Eudes Sampaio, de São José de Ribamar, numa negociação até agora mal explicada envolvendo recursos da saúde do município.
Na ocasião, também foi preso o empresário Josival Cavalcante da Silva, mais conhecido como agiota Pacovan e o ex-prefeito de Água Doce, Antônio José Silva Rocha, também do PDT.
Considerado uma espécie de capanga oficial do agiota, Abrão foi colocado em liberdade graças a uma decisão do juiz federal Pablo Zuniga Dourado, da Seção Judiciária do Maranhão, do dia 18 de dezembro, que também tirou seu patrão da Penitenciária de Pedrinhas e os demais presos na operação.
– Nova prisão
A detenção preventiva desta manhã ocorreu por intermédio da Delegacia Regional de Itapecuru Mirim, que cumpriu ordem judicial pelo descumprimento da prisão domiciliar anteriormente decretada. A assinatura do mandado deu-se na própria Delegacia Regional, em nome de Delegado Samuel Morita, tendo sido encaminhado ao presídio do “Manelão”, que fica no Comando-Geral da Polícia Militar do Maranhão.
De acordo com a juíza Mirella Cezar Freitas, titular da 2ª Vara, Abraão Nunes descumpriu prisão domiciliar no dia 03 de dezembro de 2020, quando por volta das 6h da manhã saiu de sua residência em seu veículo para efetuar cobranças em outras localidades em nome do agiota Pacovan.
Na decisão, a juíza lembrou que o vereador responde ao crime de tortura, que na Constituição Federal é crime hediondo, tratando-se de situação gravíssima. ” (…) sendo patente a necessidade de mantê-lo em cárcere dada a sua periculosidade concreta, a qual fica evidenciada pelo seu histórico criminal. (…) Verifica-se, assim, que, mesmo com prisão decretada, o acusado continua dedicando-se a atividades ilícitas, demonstrando total destemor às instituições da Justiça.” pontou Mirella Freitas.
– Suplência irá assumir
Outro fato relevante no caso do vereador “capanga do agiota Pacovan” é que ele tomou posse de forma irregular no mandato. Isto por que não teve uma autorização judicial para participar do ato, vez que estava em prisão domiciliar.
Na imagem acima deste post, do dia 1º de janeiro de 2021, Abraão Nunes Martins Neto aparece ladeado da esposa e dos vereadores Nilsinho, Irmão Antônio e do presidente da Câmara, Cleomar Rodrigues. Ocasião que tomou posse as escondidas em ato que fere o Regimento da Casa.
Diante da situação, cabe agora ao Ministério Público e a Justiça notificar a Mesa Diretora para corrigir o erro e conceder posse ao primeiro suplente do partido, que herdará a cadeira de Abraão.
– ABAIXO A ÍNTEGRA DA DECISÃO JUDICIAL QUE MANDOU ABRAÃO DE VOLTA PARA CADEIA: