O que antes era um projeto coletivo, hoje se transformou em um império familiar. O governador Carlos Brandão (PSB), que chegou ao Palácio dos Leões pelas mãos de Flávio Dino, parece ter se deixado dominar completamente pela sede de poder. O homem que prometeu lealdade, gratidão e continuidade a um grupo político agora dá as costas a todos — inclusive ao seu próprio criador.
Em recente visita ao Maranhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu publicamente que a guerra entre Brandão e os dinistas pode custar caro em 2026. Lula sabe que a traição política tem preço, e Brandão parece estar cavando o próprio abismo.
Após dois mandatos como vice-governador de Flávio Dino, Brandão foi escolhido para ser o sucessor natural, com toda a estrutura política e eleitoral construída por Dino. No entanto, assim que garantiu o poder, o agora governador mostrou sua verdadeira face: rompeu acordos, desfez alianças e iniciou uma cruzada pessoal para apagar qualquer rastro do grupo que o colocou no poder.
O mais grave é que Brandão não esconde mais seu projeto: perpetuar o poder dentro da própria família. Nos bastidores, ele trabalha incansavelmente para emplacar o sobrinho Orleans Brandão como seu sucessor em 2026, num claro movimento de continuidade de poder, transformando o Maranhão em uma espécie de monarquia política.
A arrogância do governador é comentada até mesmo entre seus aliados. Ninguém confia em Brandão. Os grupos políticos que ele tenta conquistar já o observam com desconfiança, lembrando que ele traiu o próprio mentor político, Flávio Dino, e abandonou os compromissos assumidos durante a transição de governo.
Brandão hoje governa um estado mergulhado em desconfiança, intrigas e interesses pessoais. A política do “acordo e traição” virou marca registrada de sua gestão. O governador que um dia foi símbolo de continuidade se tornou símbolo de traição e ambição desmedida.
Enquanto o Maranhão enfrenta desafios na saúde, educação e infraestrutura, o governador se ocupa em montar o tabuleiro político para garantir o comando da família Brandão por mais quatro anos, custe o que custar.
O que antes era esperança, virou decepção. E o povo do Maranhão já começa a perceber que, por trás do sorriso de Brandão, existe um político obcecado pelo poder, disposto a qualquer coisa para continuar mandando — mesmo que seja através do próprio sangue.
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