A cena em Imperatriz foi de pura vergonha política e mostrou que o fogo amigo no Maranhão está cada vez mais escancarado. Durante a cerimônia de entrega do programa Minha Casa, Minha Vida, o presidente Lula simplesmente ignorou Orleans Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão e pré-candidato ao governo do Estado.
Orleans, claramente tentando mostrar proximidade com o presidente, se aproximou no palco para um cumprimento cordial. O que aconteceu? Lula virou as costas e seguiu cumprimentando outras pessoas, deixando o pupilo do governador no vácuo diante de todos. Um constrangimento público, que gerou cochichos e olhares atravessados no evento.
O episódio ganhou ainda mais repercussão porque repete, de forma invertida, o que ocorreu no mesmo evento momentos atrás, quando o governador Carlos Brandão se recusou a cumprimentar o vice-governador Felipe Camarão, fazendo de conta que não o via.
Se Brandão desprezou Camarão, Lula agora deu o troco em Orleans, deixando claro que não compra as estratégias familiares do governador.
O gesto foi interpretado nos bastidores como um recado direto: o Palácio do Planalto não está disposto a embarcar no projeto dinástico de Brandão de tentar emplacar seu sobrinho como sucessor no Maranhão. A cena vexatória serviu de símbolo de uma disputa de poder que já extrapolou o limite do aceitável e expôs a falta de habilidade política do clã Brandão.
Seja qual for a justificativa, o fato é que Orleans saiu menor do que entrou no evento e viu sua tentativa de emplacar a imagem de candidato próximo a Lula desmoronar diante das câmeras. O silêncio do presidente falou mais alto do que qualquer discurso.
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