Documentos mostrando contribuições de campanh apontam ligações do empresário com grupos políticos no interior.
O empresário Francisco Vieira da Silva, ex-vendedor de carro conhecido por Ló, teria conquistado espaço e influência em 50 dos 217 municípios maranhenses ao distribuir, por meio de doações oficiais e legalizadas [ou até mesmo aquelas efetuadas por caixa 2], recursos que somaram receitas a prefeitos, deputados, senadores e governadores para custear as campanhas eleitorais, segundo informações obtidas.
Um levantamento realizado com base no sistema de consultas da Justiça Eleitoral que monitora fornecedores e doadores de campanha, aponta ligações do empresário com grupos políticos no interior. Duas destas doações foram concentradas em um candidato a prefeito e outra numa candidata a deputada estadual.
A primeira contribuição do empresário ocorreu em 2002, com uma doação de R$ 16 mil e 800 reais para a deputada Janice Santos Braide. A segunda doação no valor de R$ 1.500 reais foi efeituada na campanha de 2012 e teve como beneficiário o então candidato a prefeito de Santa Inês, Sebastião Ferreira Filho, que ficou na segunda colocação com 15.758 votos.
Embora os recursos legalizados possa parecer pouco, existem relatos levantados pela reportagem de que grande parte dessas ajudas realizadas por Ló, tenha sido efetuada “por fora”, ou seja, pelo chamado caixa 2, quando os recursos não são contabilizados no fluxo de caixa e informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, felizmente, os padrões éticos evoluíram, e o chamado caixa 2 entrou na mira do Ministério Público e de juízes.
Cabe ressalta que não existe dispositivo legal que impeça empresários com firmas contratadas por administrações públicas de fazer doações para campanhas eleitorais – desde que elas tenham sido contratadas mediante licitação. Porém, esse tipo de prática, pode revelar pistas de mau uso dos recursos públicos.
Na maioria das vezes, situações como essas acabam virando um negócio lucrativo para os financiadores de campanha. É que após as eleições, as empresas destes doadores acabam ganhando contratos com administrações públicas.
Por conta da dificuldade de apurar as doações efeituadas por caixa 2, não podemos afirmar, por enquanto, que esse seria o caso do empresário Ló. No entanto, uma coisa é certa: ele praticamente triplicou o número de contratos em 2017, após a campanha de 2016; e em 2019, depois do pleito de 2018.
Fonte: Maranhão de Verdade